12 de nov. de 2006

As matérias tendenciosas da Veja

Sou assinante da Veja, mas cada edição me irrito mais com ela e sua campanha pró-PSDB! Ela é muito parcial, muito descarada, se ela, pelo menos, assumisse isso como faz a Carta Capital seria tolerável. Inicialmente vou citar 3 matérias:

1.) Já tem umas 3 (ou 4,5 ou 6) edições que a revista fez uma comparação de todos os governos das repúblicas, tinha um quadro com pontos positivos e negativos de todos. No quadro do FHC uma das vantagens eram a privatização (não acho isso vantagem, principalmente como foi feita, mas isso é irrelevante nesse tópico), mas o surpreendente era as desvantagens escritas: "nenhuma, se comparado a tantas vantagens!". Se foi assim tão bom porque o candidato do partido dele não quis se associar a essas vantagens? pra quem lembra um pouco o Serra evitava o máximo as comparações (ele citava apenas as dele, no ministério da saúde). A eleição mostrou que o povo não estava tão feliz assim. Além do mais o repórter tinha obrigação de reportar o que foi ruim, e eu decidiria se seriam relevantes. O repórter não pode querer reportar sua opnião, tem que reportar fatos e deixar que os leitores dessa revista (que nas suas cartas se acham tão superiores aos outros) tenham sua própria opnião.

2.) Edição anterior, a matéria de capa dizia "o primeiro mandato foi pífio... e agora ele tem mais quatro anos para deixar um legado de grandeza". A população não achou pífio, os números também foram melhores do que os do FHC (que segundo a revista não teve ponto negativo). Podia até ter citado o que aconteceu de ruim, mas classificar de pífio foi um excesso muito desnecessário.

3.) Na edição atual a propaganda PSDBista foi na capa da Veja SP, dizendo que a violência diminuiu em SP nos últimos 5 anos e mostrando dados dos homicídios. Mas não podemos ter apenas essa visão. Temos que ver que hoje em dia se assalta e mata muito mais a luz do dia do que a 5 anos atrás (quando também já acontecia isso). Temos que lembrar dos episódios do PCC. Além disso foi coincidentemente na última sexta que o secretário de segurança pública de São Paulo (e também secretário estadual do PSDB), Saulo de Castro, estava na comissão de segurança da assembléia estadual respondendo sobre o ataques a base da polícia. Nessa "visita" ele nos brindou com decoro, que a revista não cita novamente (só era desrespeito quando quem fazia era do PT, no também lamentável episódio da dança da pizza). O blog do Paulo Henrique Amorim tem duas boas matérias sobre o assunto ("Veja como o secretário Saulo se comportou na assembléia" e "Secretário de segurança pode ficar 6 meses atrás das grades".

Comecei a assinar a revista porque ganhei uma promoção, mas devo cancelar em breve. Não só por sua visão política, mas também suas matérias pagas (pra citar apenas uma: teve uma edição com "os males do açucar" e de brinde vinha um adoçante de um dos anunciantes)

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